quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Inclusão digital traz crescimento econômico.

O professor Raul Katz, especialista da Universidade de Columbia (EUA) disse nesta segunda-feira, em palestra promovida pelo Ministério das Comunicações em parceria com o IPEA, que as ações de inclusão digital e programas de banda larga trazem crescimento econômico aos países.
“Quanto maior a penetração do acesso à internet em banda larga, maior será o impacto na economia”, defende o professor da Universidade de Columbia. De acordo com o especialista, para cada aumento de 10 pontos percentuais na penetração da banda larga, há aumento de 0,037 ponto percentual no PIB do país.
Se for levado em consideração o crescimento da banda larga associado à inclusão digital da população, pode haver um crescimento de até 0,5 ponto percentual no PIB, segundo mostram os estudos apresentados pelo professor Katz.
Entretanto, alertou que não basta a infraestrutura, mas é importante também a produção de conteúdos e aplicações porque segundo Katz, países que investiram em infraestrutura apenas, tiveram uma lacuna em termos de alimentação da rede.
Acrescentou que a expansão da banda larga gera aumento de empregos, aumento da produção industrial e acesso, por parte da população, a cultura e educação. "Mas é preciso avaliar se o aumento da velocidade vai refletir em benefícios reais para os usuários”, alertou o professor.
O professor alerta, entretanto, para que a criação de programas voltados à massificação da banda larga e de expansão das TICs seja feita caso a caso, observadas as características de cada país já que segundo ele, os países que desenvolvem programas de implantação de banda larga com base na experiência de outros geralmente adotam políticas equivocadas para sua realidade.
Assim, ressaltou, é importante que a inclusão digital e os planos de banda larga sejam precedidos por estudos que avaliem os impactos econômicos e culturais junto à população. “Ter objetivos claros é uma tarefa imprescindível na formulação de políticas públicas de telecom”, disse o pesquisador.
Para Katz, é preciso avaliar a condição interna do país, em termos de infraestrutura, desenvolvimento e aspectos econômicos para somente então construir um planejamento sólido na área de telecomunicações.

GERAÇÃO DE EMPREGOS
O professor Katz apresentou dados que mostram o crescimento no número de empregos proporcionalmente à expansão de investimentos em banda larga. Nos Estados Unidos, onde estão sendo investidos aproximadamente US$ 6,4 milhões no programa de banda larga, devem ser gerados quase 130 mil empregos, entre diretos e indiretos. Na Austrália, com investimentos de US$ 31 milhões, a expectativa é de se gerarem 200 mil postos de trabalho. Na Alemanha, que está aplicando US$ 47 milhões, podem ser criadas até 542 mil vagas.
“Temos um crescimento de 0,82 ponto percentual na taxa de emprego para cada 10 pontos percentuais de expansão da inclusão digital. Ou seja, quando as pessoas estão preparadas para lidar com as tecnologias da comunicação e informação, o nível de desemprego é menor”, pontua.

BANDA LARGA PELO MUNDO
O professor da Universidade de Columbia apresentou ainda dados comparativos sobre a expansão do acesso à internet em alguns lugares do mundo, por meio de planos nacionais de banda larga. Nos Estados Unidos, por exemplo, a meta é ter cobertura de 100% até 2012, com velocidade de 4 megabits por segundo. No caso da Alemanha, a intenção é conseguir, até 2014, cobertura de 100% com uma velocidade de 1 megabit por segundo, a mesma adotada pelo governo Brasil, também com metas até 2014, pelo Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
No Reino Unido, a ideia é atingir uma cobertura de 100% em 2012, com velocidades de 2 megabits por segundo. Na Austrália, as metas são mais ambiciosas, já que a velocidade pretendida é de 12 megabits por segundo, em 2012, quando deverá haver 100% de cobertura.

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